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A magnífica Ponte Øresund

A ponte Øresund é uma construção incrível, da qual eu nunca tinha ouvido falar até visitar a Dinamarca. Ao planejar minha viagem para Copenhagen, descobri que lá perto, mas já na Suécia, havia uma cidade chamada Malmö, que era bem bonitinha e ficava a apenas 38 minutos de trem da estação central de Copenhagen. Então, coloquei Malmö no meu radar e pensei “se sobrar um tempo eu faço um bate e volta lá”.

Quando pousamos no aeroporto de Copenhagen, o Raphael avistou, ainda do avião, uma ponte um tanto quanto curiosa, pois ela sumia “do nada” no meio do mar. Foi aí que resolvi procurar saber sobre aquela ponte e decidi que eu iria (com certeza) visitar Malmö, só que agora, era mais para passar pela ponte, do que para conhecer a cidadezinha em si (risos).

A ponte Øresund, que mês passado completou 20 anos, foi construída após a assinatura de um acordo entre Dinamarca e Suécia para criar uma ligação entre os dois países pelo estreito de Øresund. Foram utilizados para a construção, recursos de um financiamento, que tem a expectativa de ser pago em 2050 com a arrecadação do tráfego rodoviário.

Ponte Øresund – Foto: site Øresundsbron

Por que a ponte é tão incrível?

Porque ela foi minuciosamente projetada e construída, levando em consideração o entorno, as condições climáticas, e o meio ambiente. Um dos grandes desafios no projeto de construção desta ponte foi respeitar o espaço aéreo do aeroporto internacional de Copenhagen e ao mesmo tempo a rota de navegação pelo estreito de Øresund. Por este motivo, a ponte Øresund é formada pela ligação de uma ponte propriamente dita, com extensão de 7,8 km, uma ilha artificial de 4,0 km e um túnel submarino de 3,5 km, por onde transitam veículos sobre rodas e trens. O vão mais largo da ponte mede 490 metros, por onde passam os grandes navios com grandes calados, e os pilares principais chegam a 203,5 metros. Na extensão mais próxima ao aeroporto de Copenhagen foi construído o túnel submerso, para não haver riscos para a aviação.

Outro fato interessante é que o trecho da ilha artificial, chamada Peberholm, foi construído com material dragado do fundo do mar. Ao fim de sua construção, a ilha foi deixada sem nenhum paisagismo ou plantação. Ao longo do tempo, a fauna e a flora local cresceram livremente. Vinte anos mais tarde, aproximadamente 30 espécies de aves e 400 espécies de plantas são encontradas na ilha. Algumas dessas espécies são raras tanto na Dinamarca quanto na Suécia, não encontradas a menos de 100 km de lá. Atualmente, Peberholm se tornou um habitat importante para espécies em extinção, como a gaivota conhecida como Guincho Comum e o Sapo Verde Europeu. Existe também a preocupação em manter um bloqueio das luzes da autoestrada para não perturbar as enguias que transitam pelo estreito, além das luzes dos pilares que são desligadas quando há neblina, para evitar que pássaros colidam contra a ponte.

Peberholm – Foto: Jan Kofod Winther/Øresundsbron

A foto acima é uma das fotos mais publicadas da ponte Øresund, que mostra a ilha de Peberholm ainda sem vegetação nenhuma e a transição da ponte para o túnel submarino. É na ilha onde estão instalados os postos de pedágio.

Para cruzar a ponte de carro, é preciso pagar uma bagatela de 58 euros. Para usuários frequentes há um passe anual, com o qual o valor pode chegar a 23 euros. Nós fomos de Copenhagen a Malmö de trem. O preço do bilhete para um trecho custa hoje 122 coroas dinamarquesas, que equivale a aproximadamente R$ 78,00. A viagem dura apenas 38 minutos.

Outro fato que achei interessante foi que entre 2018 e 2019 o consórcio da ponte Øresund empregou 145 pessoas, sendo a maioria dos empregados composta por mulheres, que ocupam os cargos mais importantes. Não é demais?

Bom, sobre a experiência de cruzar a ponte de trem, acabou que eu nem consegui perceber em que momento estava na superfície e em que momento estava debaixo d’água, mas da próxima vez vou cruzar a ponte de carro. Ah, e sobre a cidade de Malmö, contarei em outro post. Até lá!

Praça do pedágio – Foto Stig-Åke Jönsson

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